14.10.06

Sem Ana, Blues

Quando Ana me deixou - essa frase ficou na minha cabeça, de dois jeitos - e depois que Ana me deixou. Sei que não é exatamente uma frase, só um começo de frase, mas foi o que ficou na minha cabeça. Eu pensava assim: quando Ana me deixou - e essa não-continuação era a única espécie de não continuação que vinha. Entre aquele quando e aquele depois, não havia nada mais na minha cabeça nem na minha vida além do espaço em branco deixado pela ausência de Ana, embora eu pudesse preenchê-lo - esse espaço branco sem Ana - de muitas formas, tantas quantas quisesse, com palavras ou ações. Ou não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias, meu apartamento, minha cama, meus passeios, meus jantares, meus pensamentos, minhas trepadas e todas essas outras coisas que formam uma vida com ou sem alguém como Ana dentro dela.

Quando Ana me deixou, eu fiquei muito tempo parado na sala do apartamento, cerca de oito horas da noite, com o bilhete dela nas mãos. No horário de verão, pela janela aberta da sala, à luz das oito horas da noite podiam-se ainda ver uns restos dourados e vermelho deixados pelo sol atrás dos edifícios, nos lados de Pinheiros. Eu fiquei muito tempo parado no meio da sala do apartamento, o último bilhete de Ana nas mãos, olhando pela janela os dourados e o vermelho do céu. E lembro que pensei agora o telefone vai tocar, e o telefone não tocou, e depois de algum tempo em que o telefone não tocou, e podia ser Lucinha da agência ou Paulo do cineclube ou Nelson de Paris ou minha mãe do Sul, convidando para jantar, para cheirar pó, para ver Nastassia Kinski nua, pergunrando que tempo fazia ou qualquer coisa assim, então pensei agora a campainha vai tocar. Podia ser o porteiro entregando alguma dessas criancinhas meio monstros de edifício, que adoram apertar as campainhas alheias, depois sair correndo. Ou simples engano, podia ser. Mas a campainha também não tocou, e eu continuei por muito tempo sem salvação parado ali no centro da sala que começava a ficar azulada pela noite, feito o interior de um aquário, o bilhete de Ana nas mãos, sem fazer absolutamente nada além de respirar.

Depois que Ana me deixou - não naquele momento exato em que estou ali parado, porque aquele momento exato é o momento-quando, não o momento-depois, e no momento-quando não acontece nada dentro dele, somente a ausência da Ana, igual a uma bolha de sabão redonda, luminosa, suspensa no ar, bem no centro da sala do apartamento, e dentro dessa bolha é que estou parado também, suspenso também, mas não luminoso, ao contrário, opaco, fosco, sem brilho e ainda vestido com um dos ternos que uso para trabalhar, apenas o nó da gravata levemente afrouxado, porque é começo de verão e o suor que escorre pelo meu corpo começa a molhar as mãos e a dissolver a tinta das letras no bilhete de Ana - depois que Ana me deixou, como ia dizendo, dei para beber, como é de praxe.

De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na boca - de vodca, de lágrima e de café. O de vodca, sem água nem limão ou suco de laranja, vodca pura, transparente, meio viscosa, durante as noites em que chegava em casa e, sem Ana, sentava no sofá para beber no último copo de cristal que sobrara de uma briga. O gosto de lágrimas chegava nas madrugadas, quando conseguia me arrastar da sala para o quarto e me jogava na cama grande, sem Ana, cujos lençóis não troquei durante muito tempo porque ainda guardavam o cheiro dela, e então me batia e gemia arranhando as paredes com as unhas, abraçava os travesseiros como se fossem o corpo dela, e chorava e chorava e chorava até dormir sonos de pedra sem sonhos. O gosto de café sem açúcar acompanhava manhãs de ressaca e tardes na agência, entre textos de publicidade e sustos a cada vez que o telefone tocava. Porque no meio dos restos dos gostos de vodca, lágrima e café, entre as pontadas na cabeça, o nojo da boca do estômago e os olhos inchados, principalmente às sextas-feiras, pouco antes de desabarem sobre mim aqueles sábados e domingos nunca mais com Ana, vinha a certeza de que, de repente, bem normal, alguém diria telefone-para-você e do outro lado da linha aquela voz conhecida diria sinto-falta-quero-voltar. Isso nunca aconteceu.

O que começou a acontecer, no meio daquele ciclo do gosto de vodca, lágrima e café, foi mesmo o gosto de vômito na minha boca. Porque no meio daquele momento entre a vodca e a lágrima, em que me arrastava da sala para o quarto, acontecia às vezes de o pequeno corredor do apartamento parecer enorme como o de um transatlântico em plena tempestade. Entre a sala e o quarto, em plena tempestade, oscilando no interior do transatlântico, eu não conseguia evitar de parar à porta do banheiro, no pequeno corredor que parecia enorme. Eu me ajoelhava com cuidado no chão, me abraçava na privada de louça amarela com muito cuidado, com tanto cuidado como se abraçasse o corpo ainda presente de Ana, guardava prudente no bolso os óculos redondos de armação vermelhinha, enfiava devagar a ponta do dedo indicador cada vez mais fundo na garganta, até que quase toda a vodca, junto com uns restos de sanduíches que comera durante o dia, porque não conseguia engolir quase mais nada, naqueles dias, e o gosto dos muitos cigarros se derramassem misturados pela boca dentro do vaso de louça amarela que não era o corpo de Ana. Vomitava e vomitava de madrugada, abandonado no meio do deserto como um santo que Deus largou em plena penitência - e só sabia perguntar por que, por que, por que, meu Deus, me abandonaste? Nunca ouvi a resposta.

Um pouco depois desses dias que não consigo recordar direito - nem como foram, nem quantos foram, porque deles só ficou aquele gosto de vômito, misturados, no final daquela fase, ao gosto das pizzas, que costumava perdir por telefone, principalmente nos fins-de-semana, e que amanheciam abandonadas na mesa da sala aos sábados, domingos e segundas, entre cinzeiros cheios e guardanapos onde eu não conseguia decifrar as frases que escrevera na noite anterior, e provavelmente diziam banalidades, como volta-para-mim-Ana ou eu-não-consigo-viver-sem-você, palavras meio derretidas pelas manchas do vinho, pela gordura das pizzas -, depois daqueles dias começou o tempo em que eu queria matar Ana dentro de tudo aquilo que era eu, e que incluía aquela cama, aquele quarto, aquela sala, aquela mesa, aquele apartamento, aquela vida que tinha se tornado a minha depois que Ana me deixou.

Mandei para a lavanderia os lençóis verde-clarinhos que ainda guardavam o cheiro de Ana - e seria cruel demais para mim lembrar agora que cheiro era esse, aquele, bem na curva onde o pescoço se transforma em ombro, um lugar onde o cheiro de nenhuma pessoa é igual ao cheiro de outra pessoa -, mudei os móveis de lugar, comprei um Kutka e um Gregório, um forno microondas, fitas de vídeo, duas dúzias de copos de cristal, e comecei a trazer outras mulheres para casa. Mulheres que não eram Ana, mulheres que jamais poderiam ser Ana, mulheres que não tinham nem teriam nada a ver com Ana. Se Ana tinha os seios pequenos e duros, eu as escolhia pelos seios grandes e moles, se Ana tinha os cabelos quase louros, eu as trazia de cabelos pretos, se Ana tivesse a voz rouca eu a selecionava pelas vozes estridentes que gemiam coisas vulgares quando estávamos trepando, bem diversas das que Ana dizia ou não dizia, ela nunca dizia nada além de amor-amor ou meu-menino-querido, passando dos dedos da mão direita na minha nuca e os dedos da mão esquerda pelas minhas costas. Vieram Gina, a das calcinhas pretas, e Lilian, a dos olhos verdes frios, e Beth, das coxas grossas e pés gelados, e Marilene, que fumava demais e tinha um filho, e Mariko, a nissei que queria ser loura, e também Marta, Luiza, Creuza, Júlia, Débora, Vivian, Paula, Teresa, Luciana, Solange, Maristela, Adriana, Vera, Silvia, Neusa, Denise, Karina, Cristina, Marcia, Nadir, Aline e mais de 15 Marias, e uma por uma das garotas ousadas da Rua Augusta, com suas botinhas brancas e minissaia de couro, e destas moças que anunciam especialidades nos jornais. Eu acho que já vim aqui uma vez, alguma dizia, e eu falava não lembro, pode ser, esperando que tirasse a roupa enquanto eu bebia um pouco mais para depois tentar entrar nela, mas meu pau quase nunca obedecia, então eu afundava a cabeça nos seus peitos e choramingava babando sabe, depois que Ana me deixou eu nunca mais, e mesmo quando meu pau finalmente endurecia, depois que eu conseguia gozar seco ardido dentro dela, me enxugar com alguma toalha e expulsá-la com um cheque cinco estrelas, sem cruzar ¿ então eu me jogava de bruços na cama e pedia perdão à Ana por traí-la assim, com aquelas vagabundas. Trair Ana, que me abandonara, doía mais que ela ter me abandonado, sem se importar que eu naufragasse toda noite no enorme corredor de transatlântico daquele apartamento em plena tempestade, sem salva-vidas.

Depois que Ana me deixou, muitos meses depois, veio o ciclo das anunciações, do I Ching, dos búzios, cartas de Tarot, pêndulos, vidências, números e axés ¿ ela volta, garantiam, mas ela não voltava - e veio então o ciclo das terapias de grupo, dos psicodramas, dos sonhos junguianos, workshops transacionais, e veio ainda o ciclo da humildade, com promessas à Santo Antônio, velas de sete dias, novenas de Santa Rita, donativos para as pobres criancinhas e velhinhos desamparados, e veio depois o ciclo do novo corte de cabelos, da outra armação para os óculos, guarda-roupa mais jovem, Zoomp, Mister Wonderful, musculação, alongamento, yoga, natação, tai-chi, halteres, cooper, e fui ficando tão bonito e renovado e superado e liberado e esquecido dos tempos em que Ana ainda não tinha me deixado que permiti, então, que viesse também o ciclo dos fins de semana em Búzios, Guarajá ou Monte Verde e de repente quem sabe Carla, mulher de Vicente, tão compreensiva e madura, inesperadamente, Mariana, irmã de Vicente, transponível e natural em seu fio dental metálico, por que não, afinal, o próprio Vicente, tão solícito na maneira como colocava pedras de gelo no meu escocês ou batia outra generosa carreira sobre a pedra de ágata, encostando levemente sua musculosa coxa queimada de sol e o windsurf na minha musculosa coxa também queimada de sol e windsurf. Passou-se tanto tempo depois que Ana me deixou, e eu sobrevivi, que o mundo foi se tornando ao poucos um enorme leque escancarado de mil possibilidades além de Ana. Ah esse mundo de agora, assim tão cheio de mulheres e homens lindos e sedutores interessantes e interessados em mim, que aprendi o jeito de também ser lindo, depois de todos os exercícios para esquecer Ana, e também posso ser sedutor com aquele charme todo especial de homem-quase-maduro-que-já-foi-marcado-por-um-grande-amor-perdido, embora tenha a delicadeza de jamais tocar no assunto. Porque nunca contei à ninguém de Ana. Nunca ninguém soube de Ana em minha vida. Nunca dividi Ana com ninguém. Nunca ninguém jamais soube de tudo isso ou aquilo que aconteceu quando e depois que Ana me deixou.

Por todas essas coisas, talvez, é que nestas noites de hoje, tanto tempo depois, quando chego do trabalho por volta das oito horas da noite e, no horário de verão, pela janela da sala do apartamento ainda é possível ver restos de dourados e vermelhos por trás dos edifícios de Pinheiros, enquanto recolho os inúmeros recados, convites e propostas da secretária eletrônica, sempre tenho a estranha sensação, embora tudo tenha mudado e eu esteja muito bem agora, de que este dia ainda continua o mesmo, como um relógio enguiçado preso no mesmo momento - aquele. Como se quando Ana me deixou não houvesse depois, e eu permanecesse até hoje aqui parado no meio da sala do apartamento que era o nosso, com o último bilhete dela nas mãos. A gravata levemente afrouxada no pescoço, fazia e faz tanto calor que sinto o suor escorrer pelo corpo todo, descer pelo peito, pelos braços, até chegar aos pulsos e escorregar pela palma das mãos que seguram o último bilhete de Ana, dissolvendo a tinta das letras com que ela compôs palavras que se apagam aos poucos, lavadas pelo suor, mas que não consigo esquecer, por mais que o tempo passe e eu, de qualquer jeito e sem Ana, vá em frente. Palavras que dizem coisas duras, secas, simples, arrevogáveis. Que Ana me deixou, que não vai voltar nunca, que é inútil tentar encontrá-la, e finalmente, por mais que eu me debata, que isso é para sempre. Para sempre então, agora, me sinto uma bolha opaca de sabão, suspensa ali no centro da sala do apartamento, à espera de que entre um vento súbito pela janela aberta para levá-la dali, essa bolha estúpida, ou que alguém espete nela um alfinete, para que de repente estoure nesse ar azulado que mais parece o interior de um aquário, e desapareça sem deixar marcas.

47 comentários:

  1. Nunca vi blog mais lindo!
    Amo Caio Fernando Abreu.
    Obrigada pelos contos.
    :*

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  2. Anônimo16:48

    Caio e seu jeito cruel-doce-indecente-cru de dizer todas as verdades...

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  3. Anônimo23:29

    Qd leio Caio sinto uma vontade de viver, desespero e algumas vezes vontade de sentir tudo e todos...ele mexe, remexe o mais profundo. faz despertar desejos e sonhos,
    tira a censura de pensar, causa obsessão... dói, vezenquando dói, quase sempre dói... sacode o meu mundo...cada vez que leio estou vendo os meus sentimentos explícitos nas suas palavras.
    Ahhhhhhhhh eu amo Caio.

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  4. Ainda lembro-me da minha Ana. É impressionante o quanto me identifiquei no texto. Parece até que só a você, apenas a você, eu contei sobre a minha Ana.

    Adorei o blog. O cardápio, por favor...

    =)

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  5. Gente, que descoberta boa que tive aqui! Palavras-imagens interessantes, que me conduziram passo a passo ao ler-te. Muito bom!

    E muito bacana essa coisa da personagem tecer todo um caminho "a la depois de Ana", sendo que, querendo ou não, ele ainda vive o "durante Ana", porque a cada atitude que toma, percebe-se a ausência tão presente de Ana. Por mais que a personagem tentasse sair daquele ciclo, ele ainda vivia em função da ausência presente de Ana.

    Os fatos o conduzem ao mesmo lugar, o da bolha. E isso é o que mais acontece entre nós, do plano real. Na nossa dificuldade de lidar com as carências, as lacunas, os vazios, buscamos caminhos que não vão nos tirar do lugar, se fizermos uma análise nua e crua de nossas vidas. Há certos caminhos que apenas forjam tudo.

    Enfim, gostei e pretendo voltar. Posso linkar-te? Abraços!

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    1. Anônimo18:37

      Que comentário inteligente! Exatamente isso!

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  6. Anônimo19:05

    Meu conto favorito, simplesmente.

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  7. chorei lendo esse texto, acabei de terminar um namoro recentemente e to tentando sobreviver... talvez eu passe a escrever tbm, quem sab? num consigo dormir.... como num bebo, não tem vodka nem gosto de cigarro pra mim, só tem o gosto das lagrimas....
    bjinhus

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  8. Anônimo19:18

    Bom demais.
    Não me lembro de ter gostado tanto assim de um texto .
    Até quero mais ...queria saber como anda a ANA .

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  9. Anônimo16:51

    Esse texto é o mais fantástico.
    Dá quase pra sentir a ausência de Ana...

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  10. bem eu perdi uma ana
    e me sinto exatamente assim
    parabens pelo texto
    sincero e marcante

    ainda nao lavei meus lençois

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  11. Anônimo12:19

    Quase, que nada!
    A ausência de Ana chega a doer no peito da gente!
    Sem palavras...

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  12. Anônimo06:40

    na boa quero q a ana morra com a mesma dor q tenho hoje por ela!!!!

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  13. Gostei, nos encontramos a pouco, espero que não esqueça...

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  14. "Sem Ana, Blues" é o texto mais lindo do Caio. Profundo, chocante, real. Ele consegue me passar perfeitamente a dor da perda, os dias que sucedem a perda, a vontade de dar a volta por cima, o novamente estar bem e, por fim, a marca que nunca será apagada. Perfeito.
    Amo Caio.

    Parabéns pelo Blog!

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  15. Bela escolha...Este texto é primoroso, comovente...

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  16. Anônimo13:15

    Ana C.
    Paixão de Caio F. Abreu, que voou da janela após várias tentativas de suícidio.
    Ana C de Mario Prata, amigo de Caio F. ABreu. Quem conhece a história se sente no meio do apartamento de terno, a gravata afrouxada, o suor percorrendo os braços e apagando o último bilhete de Ana. Ainda espera o telefone tocar, a soar a companhinha.

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  17. Este comentário foi removido pelo autor.

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  18. A mesma Ana ainda deixa marcas em todos nós. Parabéns pelo belíssimo trabalho.

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  19. Luciana01:19

    Tive a oportunidade de assistir caio no teatro. E citaram esse conto. Não chorei por vergonha. Penso que como caio que não contou a ninguém de ana, também não conto e não mostro minhas lágrimas. posso ter colocado vergonha como uma palavra que não tenha encontrado. Mas essa eterna espera do telefone, com a voz dizendo que quer voltar, vivo isso até agora. E penso... tudo o que vai volta? será? Parabéns pelo BLOG!

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  20. Este comentário foi removido pelo autor.

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  21. Marie21:47

    Essa é A dica, Caio.

    "Ah esse mundo de agora, assim tão cheio de mulheres e homens lindos e sedutores interessantes e interessados em mim, que aprendi o jeito de também ser lindo, depois de todos os exercícios para esquecer Ana, e também posso ser sedutor com aquele charme todo especial de homem-quase-maduro-que-já-foi-marcado-por-um-grande-amor-perdido, embora tenha a delicadeza de jamais tocar no assunto".

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  22. Marie02:48

    Sem Ana, nada.
    Ficar em paz com o fato de que é para sempre me parece impossível. Talvez só com um novo amor. Mas é tão difícil imaginar que alguém vá me completar como Ana um dia me completou.

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  23. Até eu fiquei com saudades de Ana..
    lindo, emocionante, tocante, comovente.

    Sem mais ..

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  24. Lindo, intenso, tocante, apaixonante, o texto de Caio!... Mas, poderíamos sugerir a ele que aprendesse um pouco mais sobre a leveza da "passione", não é? Entre amores densos e paixões ardentes, que haja asas, luz e nobreza, aquela de deixar ficar, de deixar ir, de vivenciar o desejo com doçura, mais do que dor... Abraços alados!!!

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  25. Um dos únicos textos que senti prazer em ler até hj.

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  26. anna20:47

    fantástico!

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  27. lele01:35

    amei o texto se estivar sizinho ainda me escreva estou precisando de um homem para me amar assim
    alexandradepaula89@r7.com lindo e romantico espero ter esquecido esta ana e

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  28. Talita de Assis17:46

    É Ana C.?

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  29. Anônimo23:16

    O Caio mexe comigo de uma maneira tão doce e ao mesmo tempo tão amarga. Acho que é isso, as piores verdades escritas de um jeito que só ele consegue. O amo.

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  30. Anônimo21:57

    Em geral, eu sinto um desespero misturado com agonia misturada com alegria misturada com tudo que eu sinto quando leio esse conto. Hoje não é diferente. Tudo que eu senti foi arrancado. Ainda não nasceu de novo. Talvez nunca renasça.

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  31. Anônimo12:02

    e se estou vendo minha Ana escrevendo o bilhete e não posso fazer nada para impedir que ela saia?....

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  32. Este comentário foi removido pelo autor.

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  33. Eu tb perdi a minha Ana há quase dois meses... sei porque ele foi embora, mas não me conformo... sem comer, sem dormir, com o coração arrebentado. Espero, um dia, voltar a viver de novo.

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  34. Fiz uma pesquisa que de nada tinha a ver com esse post, mas como Caio é tão direto, acabo caindo no conto que mais me perturba (perturba mesmo), de qualquer modo eu o amo <3 Seremos sempre mais sem uma Ana.

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  35. sem ana, blues. esse conto marcou minha vida de uma forma muito especial.
    o li pela primeira vez em 1987, publicado na extinta revista paulistana Around.
    na época amargava uma bruta dor na alma pelo fim de um relacionamento com uma paulista. o conto tem toda essa referência com Sampa. bem, dá para imaginar como eu me sentia lendo a história.
    além disso o estilo e a fluência narrativa de Caio Fernando Abreu também me deixaram marcas, como aquele momento em suspenso para sempre marcado por uma ausência qualquer.

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